Luso-britânica Nessi Gomes promove álbum de estreia com influências portuguesas
A luso-britânica Nessi Gomes está a promover o seu álbum de estreia no Reino Unido, onde acredita estarem refletidas as suas origens portuguesas, apesar de cantar em inglês.
A cantora estará na terça-feira em Londres, culminando uma série de concertos no país onde nasceu, mas nas próximas semanas vai também atuar em Itália, Suíça, Dinamarca, Holanda e Israel.
O álbum “Diamonds & Demons”, disse à agência Lusa, demorou cerca de dois anos a produzir.
“Foi uma longa viagem lançar este álbum. Há um ano atrás lancei uma campanha de financiamento coletivo na Internet [crowdfunding] que angariou cerca de 50 mil dólares que ajudou a financiar este álbum.
Nessi Gomes estudou música, mas nunca considerou seguir uma carreira artística, acabando por formar-se em musicoterapia, atividade que ainda exerce esporadicamente.
Porém, ao longo dos anos foi compondo temas, que falam da sua história e experiências pessoais.
Filha de madeirenses que se instalaram na ilha de Guernsey há cerca de 50 anos, a artista confessa ter sofrido com a dualidade de culturas.
“No início existia um sentimento de não encontrar o meu lugar, porque na altura sentia vergonha das minhas raízes portuguesas. Não me sentia completamente inglesa, há este sentimento de estar sempre numa terra de ninguém”, revelou.
A música, explicou a lusodescendente, “foi uma forma de fazer a ponte entre estes dois mundos e encontrar-me a mim mesma”.
Apesar de não se expressar em português, Nessi Gomes que a sua música reflete as suas origens e o fado que sempre escutou em casa.
“Penso que essa essência acabou por entranhar-se na minha música, uma espécie de nostalgia e tristeza. Foi algo que me tocou sempre, a forma como desencadeia uma série de emoções. Eu tenho a certeza de que tem uma influência na música que eu escrevo”, afirmou.
Vencedora do Prémio “Best of British” de Melhor Artista Feminina Independente 2016, Nessi Gomes espera que a sua carreira a leve ainda este ano a Portugal.
“Gostaria de passar lá algum tempo e explorar mais a paisagem cultural e musical. Acho fascinante e seria ótimo explorar mais Portugal e Madeira”, garantiu.