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Linda a maravilhosa verdade de puto (*)

Pêquêpê, ou Pedro Queiroz Pereira, além de haver sido um homem que tinha uma visão nítida do senhor Ricardo Salgado (*), o banqueiro, e de ser um homem discreto, não deixa de fazer parte das minhas mais profundas memórias de pequenito.

Era ao tempo o homem eloquente e correcto, um piloto exímio de ralis, essencialmente.

Fascinado eu com o colorido daqueles carros instrumentos de velocidade, e pela publicidade, de que ao tempo eu gostava muito – hoje não é a mesma coisa -, e pela perícia que sempre apreciei, Pêquêpê era realmente um nome sonante para mim.

O meu irmão partilhava desse gosto e admiração, e ainda que menos novo que eu apenas um pedacinho, tinha mais informações que partilhava comigo.

Pintava eu os meus carrinhos de brincalhar, com o colorido e marcas publicitárias que até hoje me fascinam e fascina, porque gostava mesmo muito.

Mais tarde vim a criar eu mesmo nomes publicitários e slogans. (…)

Um “slogan” que eu gostava muito, e neste caso bem próximo, era “Delta Racing, Pneus e Acessórios – Felgueiras”. Um slogan de boa memória e essencialmente porque tinha lâminas autocolantes, de fundo preto e letras douradas, que alguns afoutos, nos seus mini`s ou coisa pouco melhor ao tempo, colavam nos guardas-lamas dando um ar de corredores. A minha imaginação também corria tanto, tanto…

Para maior agrado, havia também aquelas laminazinhas de autocolante em tamanho pequeno. E dava para aplicar nos meus brinquedos. Como às tantas deixava de ter cola, a saliva, mais à boca, e por vezes a água mais à mão, servia para “amolecer” a cola e ficava pronto para nova aventura nas brincalhadeiras…

Agora o Pêquêpê pereceu. Havia de tombar, cedo. Tudo isto havia de me mostrar que o tempo corre que voa, e já não são poucos os que vão tombando igualmente e a distância teima lembrar-me – ainda que eu nunca esqueça – que o colorido, a publicidade torna-se preta e de óbito.

Niki Lauda era também um nome que eu imitava e pintava nas minhas carrocetas.

(*) Ricardo Salgado não lida maravilhosamente com a verdade.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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