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Lafões é poesia

São Pedro do Sul plantado na Beira Alta
Tem jardins, carvalhos e doutores,
Tem povo, nobreza e outra malta
Dizem os intelectuais e os pinga amores.

Tem viúvas com bicos de papagaio
E caixinhas velhas de rapé
O cura já não usa tonsura
Bebe aguardente e água-pé.

São Pedro tem escritores desatentos
Coveiros da cultura e lacaios
Poetas à beira do abismo
E cabritos da Gralheira
De cornadas mansas
Bem estufado e temperado
Na aldeia da Pena
Regado com vinho de Lafões.

Lafões é poesia com “Ecos da Gravia”
Gazeta da Beira e Notícias de Lafões
E o “Notícias de Vouzela”.
A notícia tem de ser na hora
Exacta clara e precisa.

Cada um escreve aquilo que pode,
Também o Valgode canta pregões
Escreve cada dia aquilo que quiseres
Na terra antes quebrar que torcer.

A punho eu ponho o cunho no poema
Neste jardim que é Lafões.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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