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Intervenção de Paulo Pisco na Comissão Nacional do PS

Clique para ampliar Caro Presidente Honorário, caro Presidente do Partido, caro Secretário-Geral
Caras e caros Camaradas,

Entrámos já numa fase crucial do combate político e o tempo agora vai passar num ápice. E embora a conjuntura nos seja relativamente favorável, a verdade é que este combate não está ainda ganho. Para este combate, termos de estar fortes, unidos, organizados e mobilizados. Para combater as manhas e artimanhas do Governo temos de saber contrapor ideias e propostas que vão à raiz dos problemas, com coragem, e que tenham a humanidade que agora falta às políticas do Governo.

O país precisa de uma mudança profunda nas estruturas económicas e sociais para ser mais competitivo e mais justo. Desde logo, é necessário transformar a angustiante asfixia fiscal para as empresas e para as famílias numa fiscalidade dinamizadora da economia. E temos de inverter também a degradação dos serviços públicos e combater a burocracia, mas sobretudo temos de eliminar a mentalidade dos burocratas que na administração pública criam aos cidadãos mais problemas do que aqueles que ajudam a resolver.

Nós não podemos tolerar a desumanização em que o Governo mergulhou a nossa sociedade, com muito mais pobreza, com mais desprotegidos, com um acesso muito mais difícil aos cuidados de saúde e à escola. Há pessoas que não se tratam. Há mesmo pessoas que morrem à espera de tratamentos. Se o Estado não existe para cuidar das pessoas, então para que serve o Estado?

Mas apesar dos estragos que o Governo tem feito na estrutura económica e social do país, apesar da irresponsabilidade com que tem feito as privatizações ao desbarato, com claro prejuízo do interesse nacional e dos portugueses, vamos ter de contar com uma poderosa máquina de propaganda da maioria que martela na ilusão do fim da crise, ajudada por rios de dinheiro que chega de todos os lados.

Apesar das feridas profundas, como, por exemplo, os níveis migratórios ao nível dos piores anos das décadas de 60 e 70, apesar das injustiças e das desigualdades, a maioria PSD/CDS não terá pudor em anunciar os amanhãs que cantam com a preciosa ajuda dos milhões injetados pelo BCE, dos milhões poupados com a baixa das taxas de juro e dos preços do petróleo e com os milhões dos fundos comunitários. Para o Governo, é a sorte grande servida numa bandeja em ano eleitoral.

É por isso que precisamos de uma ação forte e afirmativa e uma boa estratégia de comunicação para desmontar as ilusões criadas pelo Governo.

Mas permitam-me que termine com uma chamada de atenção para as comunidades portuguesas e para o esforço enorme que fazem os nossos camaradas no estrangeiro para manterem as secções.

Nós não podemos cometer a injustiça de fazer com os residentes no estrangeiro e com os nossos militantes que se sintam filhos de um deus menor só porque estão longe do país. Nós não nos podemos esquecer que eles não podem ser esquecidos. Não nos podemos esquecer que no mundo de hoje de comunicações fáceis e rápidas estamos todos tão perto que não há justificação para não darmos a devida atenção aos nossos compatriotas, que são tão portugueses como qualquer um de nós e que, além disso, têm tanto, mas tanto para dar a Portugal.

O tempo urge e temos muito trabalho a fazer na Europa mas, sobretudo, fora da Europa, onde precisamos de um esforço suplementar e urgente para ir ao encontro das nossas comunidades.
E, caro Secretário-Geral, eu sei que compreendes bem esta urgência, porque nunca o PS teve um Secretário-Geral que compreendesse tão bem as nossas comunidades e com elas tivesse tanta empatia, como ficou bem demonstrado na magnífica intervenção que fizeste em Setembro, em Paris, perante a nossa comunidade.

E eu sei, tenho a certeza, que contigo como Primeiro-Ministro, o PS fará a diferença.

 

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