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Indisciplina na sala de aula

Vinha da Casa da Música, no autocarro 903, com destino a V. N. de Gaia, quando junto ao Mercado do Bom-Sucesso, entraram duas senhoras, dos seus quarenta e poucos anos, que se sentaram no banco, à minha frente.

Ainda não tínhamos chegado à praça da Galiza, quando uma, começou a lamentar a violência que grassa pelo país; responsabilizando a policia e o facto das fronteiras encontrarem-se escancaradas:

– “É como se dormíssemos com as portas abertas!”

Logo a outra, contrariou. A seu ver, a culpa da violência, que já não é só na rua, mas na escola e em casa, é da educação – ou falta dela, – E começou a dissertar sobre o comportamento dos alunos na sala de aula.

Tratava-se de professora do Primeiro Ciclo, já com muitos anos de experiência.

– “Se outrora havia exagero de professoras, que abusavam da palmatória e da cana nodosa (no seu tempo – esclareceu, – ainda usavam a “régua” e a vara, embora fosse proibido,) agora, a indisciplina está a progredir a olhos vistos.”

E a professora começou a narrar o que fazem os alunos:

– ”Ainda a semana passada marquei trabalho de casa. Quando ia para corrigir, houve alunos que  não fizeram. Perguntei a razão: “ Não me apeteceu…” Conversam, quando estou a explicar; levantam-se; vão à janela; brincam; e dão respostas mal criadas…”

A amiga mostrava no rosto, uma expressão de espanto, e interrogava: se não comunicava aos pais o comportamento reprovável dos filhos.

– “Os pais nem aparecem, e quando aparecem, desculpam-nos: “ O menino é muito vivo!”Ainda é muito criança!” “ Que tenha paciência… Que tenha paciência…”. Sei que também não obedecem aos pais. Alguns até chegam a tentar bater-lhes, e ameaçam: que fazem isto e aquilo…”

A conversa continuou, mas por falta de espaço e de interesse, não a vou reproduzir.

Ficou-me a certeza: a escola está transformada num local, onde os jovens (protegidos pela autoridade e pelos pais,) fazem o que lhes apetecem, convencidos que não são imputáveis pelos actos.

Se assim é nos primeiros anos, o que será nos últimos?

Os pais, com receio de traumatizarem o menino, deixam-no fazer tudo. Se outrora, os filhos, tratavam-nos por senhor, hoje tratam-nos por tu e por você, do mesmo jeito como conversam com companheiros de folguedo.

Há pais que parecem terem medo dos filhos. São eles que marcam as horas, que devem chegar a casa, e tomam a liberdade de dormirem fora, com colegas, sem autorização.

A desagregação da Família: pais separados; filhos dele e dela; filhos de ambos; educação partilhada; a influência malévola da TV; os enredos torpes das telenovelas, defendendo, e aceitando, como natural e comum, comportamentos promíscuos; a ausência de educação religiosa; e o exemplo deplorável de figuras públicas, tem degradado de tal modo a nossa sociedade, que esta tornou-se: hipócrita, egoísta, derivável, e violenta…

Dizem que é o fim do Mundo…; eu diria: é o fim da Civilização Ocidental, tal como a conhecemos, se não houver arrepio, e voltarmos aos valores tradicionais, que enobreciam o povo.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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