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“A ilha das quatro estações” de Marta Coelho

Ficha técnica

Título – A ilha das quatro estações

Autora – Marta Coelho

Editora – Clube do Autor

Páginas – 420

Opinião

Do cais da rotina, das leituras exigentes e que reclamam uma atenção e uma entrega sem reservas embarquei em direção a uma ilha dividida em quatro zonas que correspondem a quatro estações, preparadas para receber os leitores e sobretudo a jovens a braços com problemas, que aí se refugiem e tentem “aceitar os ventos da mudança” para que possam finalmente abraçar a vida e voar.

A ilha das quatro estações é uma obra que encaixa na perfeição no rótulo de literatura juvenil. Chegou à estante como um bónus, uma espécie de “recebes dois quando pediste apenas um”, pois veio na companhia da obra que li antes, as duas gentilmente oferecidas pela editora Clube do Autor. É de autoria de Marta Coelho, até hoje, uma autora que desconhecia por completo, mas que, segundo a informação bibliográfica presente numa das abas laterais, pertenceu à equipa de autores que escreveu algumas séries juvenis e telenovelas. Conta, tal como referi no parágrafo anterior, a viagem e estada de alguns jovens na Ilha das Quatro Estações, um projeto que visa ajudá-los, através de uma terapia ocupacional, a superarem problemas das mais variadas índoles.

Catarina, Santiago, Misha e Rute têm praticamente a mesma idade e estão na ilha com o mesmo objetivo – fechar a porta (quem sabe definitivamente) ao lado escuro, aos demónios pessoais que os atormentam e que não lhes permitem desfrutar de uma vida que mal começou. Ingressados na ilha ou por traumas, perdas ou por serem vítimas de violência, os quatro acolhem-se uns aos outros e, num ápice, transformam-se em amigos inseparáveis. Partilham alojamento, partilham as horas de trabalho e partilham confissões. Todos são belos, todos são altruístas, todos são ótimos companheiros e ótimos confidentes e todos são dignos de compaixão, pois carregam fardos intensamente dolorosos. São personagens que nos falam ao coração, ao nosso lado mais emotivo e puxam pela nossa lágrima fácil (pelo menos puxou pela minha que está sempre prestes a cair!). Aliam-se de forma simbiótica ao discurso da autora, composto por doses certas de lamechice e por frases e expressões embebidas, por um lado, de otimismo, de encorajamento, de sentimentos à flor da pele, de borboletas no estômago e, por outro, de dor, escuridão, luto, angústia, prostração e desistência.

Uma narrativa de jovens e para jovens. Escrita de forma simples, mas muito certeira. Passada numa ilha que parece demasiado irreal, povoada, porém, por protagonistas que padecem de dores e problemas tipicamente juvenis e atuais. Uma narrativa que encerra deixando no ar muitas questões sem respostas e abre a possibilidade de uma sequela. Uma narrativa que se nos aninha no peito, nos abraça, nos embala como uma canção romântica e que apenas exige que mantenhamos a porta dos sentimentos escancarada. Uma narrativa ideal para intervalar com narrativas mais densas e mais tortuosas e para levar no saco de praia.

Gostei e aconselho a quem se quiser recuar no tempo e recordar as dores e as paixões da juventude, a quem estiver ainda a saborear os docemente turbulentos anos da juventude ou a quem estiver a precisar de mergulhar em doses “quase industriais” de lamechice.

Agradeço a gentileza da editora que me enviou esta obra em troca da correspondente leitura e opinião.

NOTA – 07/10

Sinopse

Aqui não são permitidos telemóveis, computadores nem tablets. Só te resta viver.

Onde todos os sonhos são possíveis.

Este é o livro com que todos os jovens se conseguem identificar, uma história atual e relevante sobre os receios, as paixões, as fragilidades e a força de quatro jovens à procura de um novo rumo.

Cat sentia-se sem rumo e não queria ver ninguém. Tiago só desejava poder voltar a viver como antes. Misha isolara-se do mundo à sua volta. Rute precisava de vencer uma batalha muito dolorosa.

Os seus caminhos cruzam-se na ilha e, juntos, preparam-se para enfrentar os seus demónios pessoais. Mas há quem tenha outros planos para eles…

Será que a tua vida pode mudar quando tudo parece correr mal?

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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