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Humanidade

Dos homens o grito e a coragem preso à garganta, deslumbramento incontido na voz. Do mundo
Um presente envenenado, corpos à deriva
O caos pintado no rosto, nos muros, nas avenidas, nos mares
Em Alepo soltam-se sem piedade granadas destruidoras
O pó das casas é agora uma poeira de medo e de sangue
As crianças, órfãos de tudo
Arrastam-se de olhos escuros e baços, perdidas!
O sangue jorra dos corpos e das paredes, um cenário dantesco de sombras
Misturado no odor das trevas
Chuva rubra a molhar as almas, as mãos trémulas
Limpam a medo as lágrimas e o desespero
A dor tingiu o céu de negro, de morte!

Pelos mares embarcações de homens jazem à deriva
Leito de vidas e de corpos em desespero
A busca de paz transformou-se em quimera!

Deste lado, a velha Europa cansada, mortificada da fome e da precaridade, sopra um sopro de altruísmo
Na velha casa do homem comum
Ajeita-se mais um leito, mais um prato na mesa
“Há sempre lugar para mais um” diz o povo na sua milenar sabedoria
Das Nações tudo se configura em discurso de retórica
O poder sobrepõe-se ao humanismo necessário!
Os desafios sucedem-se sem resposta!

Na desumanização dos povos e das nações
Resta ainda esperança
Nos olhos cansados e doridos do homem comum!

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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