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Exposição de arte colonial portuguesa nos Estados Unidos

O Museu de Arte de Worcester, em Massachusetts, nos EUA, acolhe até 9 de julho uma exposição de arte colonial espanhola e portuguesa dos séculos XVII e XVII que inclui uma obra do escultor Francisco Xavier de Brito.

“A exposição centra-se, sobretudo, nas colónias portuguesas e espanholas na América do Sul durante o auge dos impérios e a magnifica produção de arte religiosa e secular desses anos”, explicou um dos curadores da exposição, Justin M. Brown, à agência Lusa.

A exposição é construída com peças dos colecionadores Roberta e Richard Huber, um casal de nova iorquinos que se apaixonou por esta arte quando se mudou, por motivos profissionais, para a Colômbia, em 1962, e desde então reuniu uma das mais valiosas coleções privadas nesta área.

“A exposição contém uma mão cheia de objetos do Brasil, incluindo esculturas, pecas em prata e um baú de madeira lindamente esculpido, mas nenhuma das peças é assinada”, adianta o curador.

A única exceção, acrescenta, é uma escultura da Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que é atribuída a Francisco Xavier de Brito, um escultor português que imigrou para o Brasil, onde morreu em 1751, e fez algumas das principais obras do barroco mineiro.

A exposição inclui também obras coloniais portuguesas da Ásia, com um grande número de peças em marfim produzidas na Índia e no Sri Lanka.

“É uma deslumbrante mostra da troca cultural e material daquela período. Antes do surgimento das outras potências europeias, Portugal dominou as rotas marítimas desta zona e estas peças demonstram a sofisticação do seu poder neste período”, explica o curador.

A maior parte dos objetos tem um propósito bem definido, servindo as obras religiosas para disseminar a fé cristã no novo mundo e os trabalhos em materiais preciosos para mostrar o crescente poder e riqueza do império.

A exposição, com o título “Highest Heaven” (O céu mais alto), examina estes usos, explorando como os temas europeus, sobretudo as imagens cristãs, foram traduzidos e integrados nestas geografias criando uma nova linguagem.

Através das peças, é possível perceber, por exemplo, como os santos da igreja católica ganham a aparência das populações nativas ou como a sua fisionomia se mantém, mas são introduzidos num novo contexto.

“Os artesãos nativos do Ceilão [hoje Sri Lanka] há muito tempo que produziam esculturas na tradição budista, mas a importação de temas cristãos, através de pinturas e impressões, trouxe uma nova variedade para a sua arte que a revolucionou”, explica Justin M. Brown.

Para o curador, a exposição mostra “uma nova cultura visual que foi criada para representar a expansão do império e a integração de uma diversidade de pessoas numa única fé.”

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