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Este pode ser o novo Centro Cultural Português em Londres

Uma biblioteca pública, que serve a comunidade portuguesa no sul de Londres e corre o risco de ser transformada num ginásio, poderá ser transformada em Centro Cultural Português caso o novo Governo apoie o projeto.

A biblioteca Tate South Lambeth é uma das três bibliotecas municipais cujos edifícios a autarquia de Lambeth pondera entregar a uma empresa privada, para que sejam explorados como centros de atividade saudável [health living centres].

Está situada em South Lambeth Road, umas das ruas com maior número de comércios e restaurantes portuguesas da capital britânica e na zona conhecida por “Little Portugal”, devido ao número elevado de residentes portugueses.

Nas últimas semanas surgiu a hipótese de o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua assumir a gestão e a proposta está a ser preparada pela embaixada de Portugal no Reino Unido, porém depende da aprovação do governo liderado por António Costa, empossado quinta-feira, dia 26.

“Fizemos uma proposta para Lisboa, mas a verdade é que não existe Orçamento de Estado em Portugal. Será preciso um investimento inicial, mas apenas para pinturas e equipamentos, não são precisas obras estruturais”, disse à agência Lusa a Coordenadora do Ensino do Português no Reino Unido, Regina Duarte.

A biblioteca continuaria a ser pública e com oferta para o público britânico, mas o acervo de centenas de livros portugueses, a maioria oferecidos por particulares e instituições, incluindo o instituto Camões, seria reforçado, bem como adicionada uma filmoteca portuguesa.

“Seria muito interessante ter uma oferta cultural permanente sem estarmos dependentes de outros espaços que nesta cidade são muito caros”, justificou a responsável.

A ideia seria criar algo semelhante ao Centro Cultural Português de Paris e comparável ao que a China tem na “Chinatown” londrina, permitindo realizar eventos culturais como conferências.

“Faz sentido haver estes espaços culturais associados aos sítios onde as pessoas vão de outras partes da cidade para conhecer a cultura portuguesa. Têm ali os restaurantes todos”, acrescentou.

Todavia, uma decisão de financiar este projeto poderá ser necessária até ao final do ano, quando se espera que termine o concurso de atribuição dos edifícios pelo município de Lambeth.

Além de algumas obras de restauro, as despesas resumir-se-iam à manutenção do edifício e ao funcionamento da biblioteca em troca de não ser pago qualquer arrendamento.

O vereador local, o português Guilherme Rosa, tem sido um dos mais entusiastas nesta “oportunidade genuinamente única e de grande valor” num local bastante central na cidade.

“Se considerarmos que um edifício similar em Paris deve ter custado uns milhões, enquanto por este Centro ativo custará muito menos, o que para o nosso bolso meio roto é mesmo um negócio da China”, afirmou à Lusa.

Porém, admite que uma proposta portuguesa terá de convencer para ser aprovada pela autarquia e pelos residentes locais, pelo que uma decisão deve ser tomada o mais rapidamente possível.

“O mais importante é aproveitarmos as oportunidades e procurar que os livros do cantinho do Português continuem abertos para as crianças que são bilingues em alternativa a mais uma máquina de ‘fitness’ que não fala e não exercita a mente, apenas mantém o corpo são”, defendeu.

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