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Escola de português nas Bermudas procura acreditação junto do instituto Camões

Uma escola que ensina português nas Bermudas, inserida num clube de futebol com origem portuguesa, procura acreditação e acompanhamento junto do instituto Camões para poder aumentar níveis de escolaridade e fornecer certificados aos alunos.

“A certificação que queremos neste momento, e que estamos a lutar para que aconteça, é que a escola portuguesa seja reconhecida dentro do ciclo do instituto Camões”, disse à Lusa o presidente do Clube Vasco da Gama, Hugo Pereira.

A escola de português faz parte do projeto do clube e leciona, até ao momento, 36 alunos com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos até ao quinto ano de escolaridade.

A professora, portuguesa e licenciada em Portugal, ensina aos alunos a língua a partir de manuais escolares portugueses que têm algum conteúdo histórico sobre o país.

Hugo Pereira explicou que um dos objetivos do pedido é ter condições para “aumentar o ano de escolaridade” e poder dar aos alunos um certificado que tenha validade fora das Bermudas, incluindo em Portugal.

“Se os jovens quiserem prosseguir os estudos, a avaliação terá alguma credibilidade que neste momento não tem”, clarificou o dirigente do clube.

O clube pretende também que a escola possa começar a lecionar português a adultos, uma vez que há portugueses que casam com locais e esquecem a língua portuguesa e há até oriundos das Bermudas sem raízes portuguesas que querem aprender a língua.

“[Nós] estamos a tentar que, no início do próximo ano, janeiro, fevereiro, comecemos a ter aulas de português para adultos”, adiantou Hugo Pereira.

O responsável do clube referiu ainda que o “mais importante é dar continuidade à língua portuguesa” nas Bermudas.

Hugo Pereira indicou que, no momento e após ter sido feito o pedido ao instituto Camões, se encontra à espera de resposta e de eventuais reuniões para discutir os termos da acreditação.

“[Nós] demos início às conversações este ano, em abril, maio, mais ou menos”, apontou o presidente do clube, esclarecendo que “o processo está em andamento” mas que “não é fácil, não é de uma hora para a outra”.

Contactado pela Lusa, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua indicou que “o processo está em curso” e a ser tratado pela Coordenação de Ensino do Reino Unido, juntamente com o presidente do Clube Vasco da Gama e com o presidente da Associação Cultural Portuguesa.

A escola de português do Clube Vasco da Gama teve início nos anos 1980 quando os emigrantes portugueses, por não terem garantias de vida na ilha e terem de regressar, quererem aprender ou dar continuidade à aprendizagem da língua portuguesa.

“[Nós] decidimos criar esse pé, essa raiz da língua portuguesa, para dar a oportunidade às crianças de que, quando tivessem de regressar com os seus pais à sua terra natal [Portugal], já terem algum feedback” relativamente ao português.

Ao referir-se ao orçamento e às condições da escola, o dirigente do clube lamentou a postura do Governo central português afirmando que são, por vezes, “esquecidos pelas entidades governamentais”.

“Os políticos esquecem-se de nós, que estamos cá fora e que um dia, mais cedo ou mais tarde, uma grande percentagem regressa ao seu país [Portugal]”, sublinhou Hugo Pereira.

O presidente do clube indicou que 25% da população das Bermudas tem origem portuguesa, dos quais 90% são açorianos.

O Clube Vasco da Gama é um clube de futebol das Bermudas com origem portuguesa e “um ponto de encontro” para a comunidade portuguesa em Hamilton, a capital do arquipélago.

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