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Ele é o único português a correr uma maratona na Coreia do Norte

Em abril, Álvaro Leite será o único atleta português a participar na maratona do país mais fechado do mundo. O comissário de bordo, natural do Porto, já correu na muralha da China, em Machu Picchu, no deserto de Atacama, nos Himalaias, no Polo Norte, em Israel. Segue-se a Coreia do Norte. Quem corre para conhecer países não se cansa. E nunca desiste, revela o Jornal de Notícias.

A vontade aumentou naquele voo para São Paulo em novembro do ano passado. Álvaro Leite, de 45 anos, comissário de bordo de longo curso da TAP, viu o escritor José Luís Peixoto entre os passageiros. Contou-lhe que estava inscrito na maratona da Coreia do Norte, confessou-lhe a imensa curiosidade em conhecer o país com o regime mais fechado do mundo.

Palavra puxa palavra e, depois de o avião aterrar, o comissário não perdeu tempo e comprou o livro Dentro do Segredo, no qual o escritor relata precisamente uma inusitada viagem que tinha feito à Coreia do Norte em 2013. Mergulhou nessas páginas e o apetite cresceu. «Aumentou o fascínio», diz o comissário-atleta. «Não que me identifique com a ditadura, com aquele regime, mas estou curioso por perceber aquela realidade.»

A 9 de abril, Álvaro Leite, solicitador de formação, comissário de bordo há vinte anos, será o único português a partir do estádio da capital norte-coreana para correr os 42,195 quilómetros da 30.ª maratona de Pyongyang. Será também o primeiro a percorrer essa distância nesta competição (depois de outro português ter corrido os dez quilómetros da prova, em 2014).

A participação de atletas estrangeiros nesta prova só é permitida desde há quatro anos e, neste momento, não se sabe ao certo quantos corredores de outros países, e mesmo norte-coreanos, irão pisar as ruas da capital. O trajeto já está traçado.

No final de março parte para a Coreia do Sul, depois dá um salto à China, para uma reunião com a agência que organiza a prova para atletas estrangeiros, a seguir mete-se num comboio e oito horas depois entra na Coreia do Norte. Este percurso tem, na verdade, um objetivo. «Perceber os contrastes». Perceber o Norte e o Sul.

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