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Do nacionalismo ao internacionalismo (do sós ao acompanhados)

Ainda existem gerações em Portugal que viveram num regime que apelava ao nacionalismo.

Podemos definir este como a preferência pelo que é próprio da nação a que se pertence, o que significa também patriotismo no conceito da doutrina política que faz da nação um absoluto.

O regime de 1926 com a Constituição de 1933 integrava estes conceitos e este tipo de vivência.

Portugal não era pequeno, o país não se resumia aos 89.000Km2, não tinha apenas 561km de comprimento nem os 220km de largura, nem tão pouco cerca de 800km de costa marítima.

Afirmava-se na altura, com orgulho e vaidade intímas indisfarçáveis, que Portugal ia desde o Minho a Timor, significando com isso milhões de Km2..

Foi assim criado no espírito de gerações esse nacionalismo, não só devido à dimensão mas porque éramos um pais viável e sustentável do ponto de vista económico-financeiro, derivado do vasto espaço que possuíamos.

A cobiça alheia por esse espaço geográfico e económico obrigou-nos a uma guerra em três frentes e tivemos de enfrentá-la com esse conceito de nacionalismo, vindo de que era tudo pela nação e nada contra a nação.

A dificuldade deste nacionalismo residiu no facto da riqueza que nos permitia o espaço não ter sido dividida para produzir bem-estar ao maior número possivel de portugueses.

Contudo,havia, apesar disso, uma verdadeira auto-estima pela nação chamada Portugal.

O nivel de vida desigual em relação a outros paises europeus foi fatal para o nacionalismo, pois a riqueza estava concentrada num número restrito de portugueses.

Um simples movimento corporativo de militares, exigindo mais salários e diferenciação estatutária entre oficiais do quadro e oficiais milicianos, aplicou uma machadada no regime do nacionalismo.

Caido o regime nacionalista, foi fácil encaminhar os milhões de portugueses para o internacionalismo, o qual lhes prometeu acabar com a guerra e melhorar as condições de vida, com aumentos substanciais de salários para o consumo, o qual facilitava o hedonismo.

Entregue de qualquer maneira o Ultramar, os internacionalistas foram buscar o dinheiro à integração na Europa, para satisfazer os portugueses, depois de terem dissipado “a pesada herança fascista” e de terem chamado uma primeira vez o FMI, porque não havia com que satisfazer tudo e todos.

Para possuir dinheiro mandaram cortar árvores, abateram barcos de pesca, destruiram empresas de envergadura, reduziram a agricultura, criaram auto-estradas para os camiões TIR da Europa chegarem mais depressa a Portugal com os seus produtos e outras tantas malfeitorias cuja lista seria longa de enumerar.

Vieram milhões da Europa para fazer de Portugal um país competitivo, mas os portugueses aproveitaram-no para o “carpe diem”, sem produzirem o necessário para tanto prazer.

Uma outra parte foi abocanhada pelos mesmos do tempo do nacionalismo e mais recentemente pelos seus descendentes.

Face a isso e esgotadas as dádivas, chamou-se de novo o FMI, mas o nacionalismo não renasceu, como Fénix Renascida, mas o internacionalismo remeteu-se a um estado temporário de hibernação.

Chegados os primeiros “calores”, eis que os internacionalistas despertaram e voltaram aos gastos. Nova intervenção agora mais grave com um Triunvirato a vigiar as despesas para fornecer mais esmolas.

Veio ao de cima uma réstea de nacionalismo perante a bancarrota anunciada, para a recuperação, com os sacrificios dos portugueses a lembrar-lhes o tempo do outro nacionalismo mais duro e musculado.

As pessoas querem o bem-estar que o dinheiro no bolso lhes permite. Divisando-se algum conforto no horizonte, os internacionalistas estão de volta.

Uma Ministra apregoa num dia que os cofres estão repletos, para logo a seguir afirmar que vai cortar salários e pensões nos anos vindouros.

A réstea de nacionalismo existente evaporou-se ou suicidou-se.

Os internacionalistas chegaram ao cume da montanha e gritaram alto e bom som: “Nós vamos repor tudo o que foi tirado” e até acrescentam que os pobrezinhos vão receber subsídios.

O Povo quer lá saber do prestigio da nação, quer lá saber que as dívidas têm de ser pagas, quer lá saber dos equilibrios orçamentais…!

Quando houver nova bancarrota, os da réstea de nacionalismo vão ao país que fabrica os Mercedes, os BMW’s, os Opel’s, os Volkswagens, os Porsches, aquelas famosas máquinas de lavar, que duram e duram, os frigorificos que não falham, as televisões de imagens soberbas, etc. etc. e que aplicam 6-1 ao FC do Porto, para que acuda ao Portugal dos Pequeninos, porque faremos a promessa solene de que cumpriremos o que os “tedescos” nos pedirem que façamos..

Enchidos os cofres, depois de novo apertar do cinto, os internacionalistas podem regressar para produzirem o hedonismo e o “carpe diem”

Em Setembro/Outubro próximos eles vão distribuir até fartar.

Depois… bem, os internacionalistas nunca quiseram saber do “depois”.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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