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CPLP aposta na economia para liderar globalmente

Os empresários lusófonos defendem a aposta no pilar económico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para que, dentro de 20 anos, estes Estados sejam “líderes globais da economia”, disse nesta segunda-feira em Cabo Verde o presidente da Confederação Empresarial.

“Queremos posicionar-nos para sermos daqui a duas décadas, com os recursos que nós temos, líderes globais da economia. E temos condições para isso, falta é coragem política. Os empresários já têm esta visão e bem amadurecida”, afirmou o presidente da CE-CPLP, Salimo Abdula (na foto), após um encontro com o Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, à margem do Conselho de Ministros da CPLP, que decorre hoje em Santa Maria, ilha cabo-verdiana do Sal. Os empresários esperam “agora que haja essa coragem política e que os políticos abram as autoestradas, que os empresários farão o resto”.

A CE-CPLP propõe que seja facilitada desde já a mobilidade de cidadãos entre os países africanos de língua portuguesa (PALOP), “pelo menos, enquanto não se resolve a questão de Portugal face à União Europeia”, devido ao acordo de Schengen, relativo à livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.

A Confederação espera que da XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que se realiza entre terça e quarta-feira em Santa Maria, se registem avanços na questão da mobilidade. “Queremos uma abertura completa de todos os passaportes da CPLP, que haja uma livre circulação, pelo menos para 90 dias, em que o cidadão lusófono possa circular livremente”, defendeu Salimo Abdula.

Portugal e Cabo Verde apresentaram no ano passado uma proposta que prevê total liberdade de residência (para trabalhar ou estudar) dos cidadãos lusófonos em qualquer país da comunidade.

Questionado se o facto de os diferentes países integrarem organizações regionais – como a União Europeia, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês), a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) ou o Mercosul – pode ser um impedimento para a livre circulação, o presidente da CE-CPLP considerou que é antes “uma vantagem”. “Usamos isso como um complemento de criarmos e participarmos num espaço muito maior do que aquele que detemos apenas como CPLP”, sustentou.

Os empresários realçam que os países lusófonos têm em comum a língua portuguesa – que, estimam, representa 17% das economias -, algo que facilita a realização de negócios entre si.

Outras medidas que a CE-CPLP preconiza incluem legislação que elimine a dupla tributação ou a constituição de um banco de desenvolvimento ou de uma instituição financeira que possa apoiar o desenvolvimento dos recursos. “Tudo isso só será possível se houver uma visão comum da CPLP para se afirmar no espaço global”, insistiu Salimo Abdula.

Durante a XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, com o lema “Cultura, Pessoas e Oceanos”, Cabo Verde vai assumir o exercício da presidência desta organização, durante o período de dois anos. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.

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