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Copenhaga: A presença portuguesa no Unleash Lab

De 13 de agosto a 21 de agosto, mil jovens talentos (entre os quais quatro de Portugal) de 129 países vão reunir-se na capital dinamarquesa para “co-criarem soluções reais e implementáveis” para alguns dos problemas mais urgentes do mundo.

No Unleash Lab, os talentos vão focar-se em sete temas (que posteriormente se dividem em vários subtemas) relacionados com os 17 Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas. Em cima da mesa estarão os maiores problemas sobre os quais a organização global sem fins lucrativos Unleash se debruça, dentro das áreas da educação, energia, alimentação, saúde, produção e consumo sustentável, sustentabilidade urbana e água.

As portuguesas Roxanne, Rita Cabana e Margarida Paixão estarão presentes neste evento. Roxanne candidatou-se para a área da saúde, com enfoque no sub-tema de mães e famílias. No doutoramento a que se dedica a tempo inteiro, financiada pelo Arts and Humanities Research Council, está a “tentar perceber como se poderiam redesenhar os serviços de apoio a vitimas de violência doméstica” de modo a torná-los mais eficazes e acessíveis mas, principalmente, “para os preparar para novos desafios”, como a perseguição e monitorização das vitimas através de novas tecnologias (situação que acontece em cerca de metade dos casos de abuso no Reino Unido, refere).

Para Margarida Paixão, médica a trabalhar em Lisboa, a oportunidade de discutir ideias com colegas de nacionalidades e realidades tão diferentes afigura-se como o melhor que poderá levar da experiência. Ao trabalhar em ambiente de laboratório criativo, cada um leva uma “ideia original” que, durante o Unleash, será combinada numa proposta final. A iniciativa de Margarida, enquadrada na diminuição da mortalidade materna, baseou-se na organização e dinamismo de serviços de planeamento familiar em regiões rurais de países em desenvolvimento.  A médica considera que será fulcral trocar “experiências, crenças culturais e religiosas” com os colegas que vai encontrar na Dinamarca.

Já Rita Cabana, engenheira civil de 34 anos, é especializada em ordenamento do território no Instituto Superior Técnico. Atualmente, Rita é técnica superior no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e, em 2016, foi uma das premiadas do Programa Bellevue da Fundação Robert Bosch. Há poucos meses, a engenheira portuguesa esteve em Londres, na primeira edição da School of System Change, do Forum for the Future e foi nesse contexto que ouviu, pela primeira vez, o nome do evento que lhe permitiria “não só explorar os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas de um ponto de vista mais prático, como aplicar os conhecimentos recém-adquiridos”, acredita.

Para criar um laboratório criativo com pessoas que representem uma geração e que tenham backgrounds e aspirações diferentes, a organização seleccionou jovens de todo o mundo. O objetivo é que sejam comprometidos em resolver alguns dos problemas mais urgentes e que possuam uma mentalidade inovadora e criativa.

Dos mil participantes, mais de metade são mulheres com mais de 30 anos, divulgou a organização. Oriundos de 129 países, estão maioritariamente divididos entre académicos e tech experts, mas há também jovens empreendedores e intrapeneurs (empreendedores dentro de empresas). Cada uma das equipas para cada tema de discussão vai desenvolver um primeir rascunho do plano de implementação, a apresentar num formato Dragons’ Den aos colegas, investidores, organizações não-governamentais e especialistas dias depois, em Aarhus, actual capital europeia da cultura. Desta apresentação vai sair um grupo vencedor por cada tema.

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