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Conselho das Comunidades Portuguesas é importante para a emigração

As listas que pretendem concorrer, por Paris, às eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), a 06 de setembro, acreditam que este órgão consultivo do Governo tem um papel “importante” na defesa dos emigrantes.

Paulo Marques, que se recandidata ao cargo de conselheiro das comunidades, disse à agência Lusa que acredita que “o CCP tem importância porque traz ao Governo as realidades das comunidades portuguesas residentes no exterior”.

Luísa Semedo, que lidera a lista “Comunidades Ativas e Solidárias”, afirmou à Lusa que “se houver uma verdadeira escuta do outro lado”, o CCP poderá ser relevante porque os conselheiros podem “solicitar por escrito aos responsáveis das áreas da emigração, fazer perguntas, intervir nos debates e apresentar propostas”.

Raul Lopes, cabeça-de-lista da “Unidade em Defesa dos Emigrantes”, disse à Lusa que o CCP “é importante” mas apontou que “nos últimos anos os sucessivos governos vêm ignorando as tomadas de posição do CCP e, muitas vezes, quando elaboram legislação relacionada com as comunidades não consultam o órgão ou quando o consultam ignoram pura e simplesmente a posição do conselho e tomam medidas contrárias”.

O dirigente associativo, de 57 anos, explicou que a sua lista tem como prioridades “a melhoria das condições dos serviços consulares”, “a defesa intransigente do ensino do português no estrangeiro” e “o apoio ao movimento associativo português”, defendendo que “as associações são autênticas embaixadoras da cultura portuguesa e muitas vezes substituem-se àquela que deveria ser a ação do Governo”.

Também Luísa Semedo explicou que a maior parte dos candidatos da sua lista fazem parte da rede associativa em França porque o objetivo é “mostrar até que ponto o meio associativo substitui, muitas vezes, o trabalho que podia ser feito pelos governos”, acrescentando apostar no “apoio social à nova emigração e aos mais idosos” e na “feminização” dos órgãos políticos, ao apresentar seis mulheres na lista de dez candidatos.

Paulo Marques afiançou que quer garantir “uma certa dinâmica em prol das comunidades portuguesas”, sublinhando que dos dez candidatos da sua lista há oito autarcas porque “o objetivo é poder integrar os lusodescendentes que podem ser um trunfo para Portugal, mas um trunfo também para as novas realidades das comunidades portuguesas”.

A lista “Paulo Marques, Cívica em defesa dos emigrantes” é composta, entre outros, por mais dois conselheiros das comunidades que se recandidatam ao cargo: Carlos dos Reis, advogado em Orleães, e Mário Castilho, dirigente associativo de Pontault-Combault, nos arredores de Paris.

Além de Luísa Semedo – que também é a número dois do Partido Socialista pelo círculo eleitoral da Europa nas próximas legislativas – a lista “Comunidades Ativas e Solidárias”, conta com Paulo Fernandes, empresário residente em Orleães, e vários dirigentes associativos como Manuel Ferreira, Emília Ribeiro e António Oliveira, entre outros.

A lista “Unidade em Defesa dos Emigrantes”, encabeçada por Raul Lopes, é constituída também por Sara Conceição, doutoranda em sociologia, pelo militante associativo Abílio Laceiras, recentemente agraciado pelo Presidente da República com a comenda de Grande Oficial da Ordem do Mérito, pelo escritor Nuno Gomes Garcia e por Sameiro Afonso, empregada doméstica e também dirigente associativa, entre outros.

A apresentação de candidaturas decorre de 7 a 17 de agosto e a campanha eleitoral vai ter lugar de 23 de agosto a 4 de setembro, o que provocou críticas da parte das listas “Unidade em Defesa dos Emigrantes” e “Comunidades Ativas e Solidárias” por serem datas que coincidem com as férias dos emigrantes.

A 06 de setembro, os portugueses residentes no estrangeiro vão eleger, a nível mundial, 80 conselheiros, 10 dos quais em França, incluindo cinco pelo círculo eleitoral de Paris, dois por Bordéus e Toulouse, dois por Lyon e Marselha e um por Estrasburgo. O voto é exercido presencialmente nos consulados e não por correspondência, ao contrário do que acontece nas legislativas.

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