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A comunidade portuguesa no Reino Unido e o Brexit

O Brexit, palavra criada pela fusão de “Britain” e “exit” para a saída do Reino Unido da União Europeia, no âmbito do referendo de 23 de junho de 2016 em que a maioria dos britânicos, 52%, votou pela saída da UE, continua por estes tempos a ser um dos principias temas das agendas europeias e mundiais.

As consequências ainda imprevisíveis da saída do Reino Unido do espaço comunitário, adensadas pelo arrastar das negociações entre Londres e Bruxelas, não podem deixar de causar inquietude às centenas de milhares de portugueses que escolheram o país como destino de vida e de trabalho. Em particular, aqueles que chegaram há menos tempo a terras de sua majestade, um dos principais destinos da emigração portuguesa na atualidade, e que manifestam alguma receio por uma hipotética revogação da liberdade de circulação e fechar as fronteiras a trabalhadores europeus.

Estimada em cerca de meio milhão de pessoas, a comunidade portuguesa no Reino Unido, tem sido nas décadas mais recentes engrossada por um fluxo contínuo de emigração qualificada, que tem sobretudo na estabilidade laboral e salários os principais fatores de atração por este Estado soberano insular localizado em frente à costa noroeste do continente europeu.

Como aponta o Observatório da Emigração, que registou em 2015 a entrada de mais de 30 mil portugueses no Reino Unido, quatro em cada dez profissionais lusos no mercado de trabalho britânico são licenciados. No campo hodierno da emigração portuguesa para o Reino Unido, para além de profissionais como enfermeiros, dentistas, médicos ou cientistas, encontra-se ainda uma considerável mão-de-obra lusa a desempenhar funções nas áreas da construção civil, hotelaria, restauração e limpezas.

É este peso relevante que a emigração portuguesa ocupa em terras de sua majestade, na linha do papel fundamental que diversas nacionalidades desempenham no desenvolvimento socioecónomico britânico, que deve tranquilizar a comunidade lusa. Uma comunidade modelarmente integrada, que por prudência deve procurar cumprir as condições mínimas requeridas aos imigrantes fora da União Europeia quando pedem um visto de trabalho, mas que seguramente tem no seu esforço quotidiano um crédito que não será desbaratado pelas autoridades britânicas, e cujos direitos não deixarão de ser assegurados e defendidos pela autoridade nacionais e europeias.

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