De que está à procura ?

Colunistas

Comprei uma agenda para 2016

Tem os meses de Novembro e Dezembro de 2015, como se fossem necessários ao estender do ano que se aproxima. Sinto um desperdício de papel nas mãos, porque estes meses estão preenchidos na agenda do ano que ainda corre e a inutilidade da repetição parece um absurdo.

Depois olho o local dos contactos: os números de telefone, os e-mails, números de fax, moradas… Lembro-me que há uns anos atrás, transcrever tudo isto da anterior agenda dava-me algum prazer, como um murmúrio de continuidade de vida, de presença. Até aqueles números que eu não repetia porque eram assuntos arrumados, resolvidos de vez. Não havia mágoa ou estranheza.

Agora, no momento em que vejo as paginas novas,com odor de estreia, sei que há números que não vou apontar, nem moradas que vou reescrever. Há certos nomes que eu não vou querer recordar. Eles trazem consigo assuntos que não sei ainda classificar, desilusões que não sei ancorar. 

Não vou tratar disso ainda. Falta um mês para que os nomes, os números de telefone, as moradas, daqueles que penso não voltar a apontar na alma ,ainda possam retomar-me aos dedos e à vontade. Até porque Dezembro é o meu mês e com ele sinto sempre a vivacidade do reencontro.

Fecho a agenda nova.

Tenho tempo.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA