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Comédia de Shakespeare fecha Festival de Almada abordando a transexualidade

© Voadora Compañía

A comédia “Sonho de uma noite de Verão”, de William Shakespeare, foi pretexto da companhia galega Voadora para abordar a transexualidade, no espetáculo que encerra a 34.ª edição do Festival de Almada, esta terça-feira (dia 18 de julho).

Apesar de partir de repertório clássico, esta companhia que à edição de 2015 do certame trouxe outra peça do ‘Bardo’, “Tempestade”, volta a basear-se numa obra do que é considerado o maior escritor, dramaturgo e poeta inglês, construindo um espetáculo que serve de pretexto para abordar o universo ‘queer’ e levar para a cena um transexual, que fala da sua experiência enquanto militar, como se lê no programa do Festival.

Numa companhia conhecida por sobrepor uma estética pop, a provocação e uma linguagem direta, aos textos de que parte, a peça que a Voadora de Santiago de Compostela apresenta, às 22h00, no palco grande da Escola D. António da Costa, em Almada, continua a dessacralização de autores e de títulos do cânone da dramaturgia universal, que tem pautado o seu trabalho.

E apesar de a identidade da companhia lhe valer detratores, também é um facto que tem um grupo de seguidores que não para de crescer, acrescenta o programa do Festival, sublinhando que o espetáculo chega a Almada depois de uma digressão por 15 cidades da Galiza.

Com dramaturgia de Marco Layera e encenação de Marta Pazos – que também assina a cenografia -, este “Sonho de uma noite de Verão”, falado em castelhano e legendado em português, é interpretado por nove atores.

Nascida em 1976 e licenciada em Belas-Artes, Marta Pazos formou-se, depois, em Teatro-dança e Teatro cómico, e tem desenvolvido trabalho em Espanha e Portugal.

“Calypso”, um espetáculo da Voadora sobre a mudança de paradigma das sociedades atuais e o estabelecimento de novos modelos de relações, com o abandono do sistema social, foi o trabalho encenado pela criadora, apresentado no Porto, no Palácio do Bolhão, em junho último, no âmbito da 40.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Fitei).

A programação da 34.ª edição do Festival envolveu 44 produções de teatro, dança e música, 27 das quais espetáculos de sala. Destes, 13 foram criações portuguesas, cinco delas em estreia. Espetáculos e animação de rua, concertos, exposições e debates foram outras das propostas do Festival, que este ano homenageou o artista plástico, cenógrafo e figurinista António Lagarto.

Organizado pela Companhia de Teatro de Almada (CTA) e dirigido pelo diretor da companhia, Rodrigo Francisco, o certame está orçado em 820.000 euros – 257.000 investidos pela câmara local, 363.000 resultantes de parcerias e de receitas próprias do certame, e 200.000 com origem nos subsídios atribuídos pela Direção-Geral das Artes (metade do financiamento da DGArtes à companhia).

Os espetáculos de sala decorreram na Casa da Cerca/Centro de Arte Contemporânea, no Teatro Municipal Joaquim Benite, Teatro-Estúdio António Assunção, na Incrível Almadense e no Fórum Romeu Correia – em Almada -, e no Teatro Taborda, Teatro Nacional D. Maria II e Centro Cultural de Belém (Lisboa).

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