De que está à procura ?

Colunistas

Chisinau, a capital da Moldávia

Com cerca de 34000km2 a República da Moldávia fica entre a Roménia e a Ucrânia. Este acanhado país é um dos menos visitados na Europa e por isso mesmo era o único turista no avião. Quando cheguei ao aeroporto de Chisinau e entreguei o passaporte, a agente de polícia esboçou alguma desconfiança devido a tantos carimbos e vistos. Imediatamente passou o documento a outra agente e questionou o propósito da minha visita.

Mesmo retorquindo que vinha em turismo, pediu-me um comprovativo de saída do país. Entreguei um documento com a minha reserva do voo de volta para Lisboa e passado algum tempo carimbou o passaporte, deixando-me prosseguir a viagem. Já percebi: as autoridades não me devem gramar, nem me podem ver pintado, seja em Portugal ou seja onde for. Romenos, húngaros, ou outros quaisquer, passavam sem qualquer problema ou entrave. Alguns deles até com mau aspeto. Depois apareço eu e sou imediatamente interpelado e questionado.

Quando saí do aeroporto, fui rodeado por uma carrada de taxistas com o intuito de me levarem até ao centro. Segui em frente sem dar muita conversa e procurei um outro tipo de transporte mais em conta. Uma carrinha de 12 lugares a cair aos pedaços, onde paguei uns míseros 15 cêntimos. Ao longo do caminho, este veículo de marca duvidosa, pelo menos para mim, parava a cada minuto  para levar mais passageiros. Aos poucos começava a sentir-me como sardinha em lata. Ainda contei uns 25 passageiros até perder a conta devido à falta de visibilidade. Mal pisei solo moldavo, apercebi-me de imediato que muito pouca gente falava inglês.

Quando questionava os transeuntes procurando a direção da pousada, respondiam com toda a convicção em moldavo, como se eu entendesse alguma palavra.

Malgrado estes desentendimentos linguísticos, encontrei a pousada passado um bom pedaço.

Chisinau não é de todo uma cidade bonita ou encantadora. Para além de algumas igrejas, museus ou jardins, esta cidade não tem muito para ver. A imagem mais conhecida da capital é o arco de triunfo, uma espécie de imitação, em ponto mais pequeno, do arco de triunfo em Paris.

Apesar de haver imensos cafés com esplanadas onde muitos nativos se deliciam com canecas de cerveja, a pobreza é notória em cada esquina. A cada passo inúmeros pedintes tentam a sua sorte para poderem sobreviver.

A praça principal de Chisinau é bastante diferente daquelas a que estamos habituados. Talvez até a defina mesmo como irracional e incombinável, pois, sendo esta a praça central da capital, encontramos nela um gigantesco mercado com tendas, onde se vende de tudo, desde alimentos a roupas ou eletrodomésticos.
Contudo, não me posso queixar dos locais que, apesar de não falarem a língua, sorriem a toda a hora.
Sempre que parava para comprar café ou um outro tipo de alimento, faziam gestos com os dedos para eu saber quanto deveria pagar.

Uma amabilidade e simpatia que supera o pouco que esta capital tem para oferecer.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA