Composta em grande parte por cafeína e Fenetilina, uma anfetamina, a droga ajudar a ignorar a dor, cansaço e a fome. Relatos de jiadistas recolhidos pela BBC num documentário exibido este ano, os relatos tendem a ser hiperbolizados: “Sentia-me o dono do mundo, como se tivesse um poder que ninguém consegue deter”, disse um consumidor e um outro afirmava que deixava de sentir medo sob o efeito do Captagon.

Os comprimidos começaram por ser um medicamento usado no Ocidente, nos anos 60, para tratar problemas como a hiperatividade e a depressão, mas acabou ser banida por ser viciante e não ter os resultados pretendidos, revela o jornal espanhol Publico.

“É um estimulante suave que melhora a atenção e o rendimento cognitivo. Também reduz o cansaço, fome e sono, mantendo um estado de alerta por mais tempo”, referiu um especialista ao jornal espanhol. Um psiquiatra francês, Dan Velea, acrescenta que os efeitos dependem da personalidade de quem toma a droga, mas salienta que pode reduzir a empatia.

Apesar do pouco uso no Ocidente, no Médio Oriente já foi considerada um problema de saúde pública, sendo muito usada na Síria, Líbano e Arábia Saudita. Desde 2013, que a produção de Captagon disparou na Síria, com acusações entre o governo e rebeldes do uso desta droga para melhorar o desempenho dos combatentes. Os combatentes do Estado Islâmico são conhecidos utilizadores de Captagon.

Estima-se que o negócio desta droga gere milhões de euros de lucro na Síria, que poderão estar a ser usados para a compra de armas. “O tráfico da anfetamina Captagon da Síria para a Turquia estará a aumentar, como é indicado pela apreensão de 4,2 milhões de embalagens em abril de 2013”, refere um relatório das Nações Unidas.