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Cannes: “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” encantou os críticos

Iniciada com um protesto nas escadarias do Palais des Festivals (na foto) em prol da demarcação das terras indígenas e do fim dos etnocídios, a sessão da coprodução luso-brasileira “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, terminou com um desabafo de um veterano crítico francês: “Não há razão para um filme bonito como esse não estar na competição oficial, sobretudo diante de tanta porcaria que foi mostrada este ano aqui”.

Metros adiante, um crítico espanhol disse quase o mesmo ao site brasileiro Omelete: “Em 30 anos de carreira, eu nunca vi uma abordagem da realidade dos índios tão íntima e tão poética”.

O aplauso vigoroso no fim da exibição  já era indício de algo positivo para este ensaio metafísico sobre o virtude e o fardo de tradições e rituais entre o povo Krahô, rodado pela paulista Renée Nader Messora e pelo lisboeta João Salaviza, em 16mm.

A partir de uma delicada construção visual, pautada por uma aproximação suave entre a câmara e os corpos dos índios, Renée e Salaviza acompanham a luta do jovem Ihjãc (Henrique Ihjãc Krahô) para lidar com um ritual funeral que exige dele um entendimento da permanência e da finitude. É um filme filosófico, de ritmo lento, mas de uma beleza plástica arrebatadora, que abre uma cultura distante para as plateias de Cannes.

Esta longa metragem destacou-se entre os concorrentes da secção paralela do festival de Cannes, Un Certain Regard, que serão julgados por um júri presidido pelo ator Benicio Del Toro.

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