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Campanha solidária pagou transporte de português morto em Paris

Aldo Ramos, natural de Tires, emigrou para Paris – como tantos portugueses o fizeram e fazem – na busca por uma vida melhor

Paris foi a cidade que o acolheu. Lá começou por trabalhar na construção civil. 23 de dezembro de 2017, foi o dia em que tudo desabou na vida de Aldo, desta vez, para sempre. Ao chegar a casa, vindo do trabalho, Aldo sentiu-se mal, sofreu uma paragem cardiorrespiratória à porta de casa.

O porteiro assistiu a tudo, revela a irmã Sónia Afonso em entrevista ao site Notícias ao Minuto. Foi socorrido, mas as consequências eram já irreversíveis. Apesar de o terem conseguido ‘trazer à vida’, 27 minutos depois, Aldo estava já em morte cerebral e nada havia a fazer.

O consulado português tentou avisar a família em Portugal, sem sucesso, mantendo, por isso, Aldo ligado ao suporte básico de vida durante quase um mês. A família tomou apenas conhecimento no dia 17 de janeiro, através de uma amiga do emigrante, com quem o consulado chegou à fala.

O irmão José, emigrado em Inglaterra, e a irmã Sónia, a viver em Portugal, voaram de imediato para a capital francesa. Com um diagnóstico de morte nas mãos, de imediato lhes perguntaram, tanto no hospital como do consulado, o que queriam fazer quando Aldo morresse, o que acabou por acontecer no dia 21 de janeiro. “Eu e o meu irmão dissemos: ‘levá-lo para casa’. Foi então que Sónia perguntou que ajuda poderia ter por parte do país para levar o irmão para casa. “Nenhuma, o Estado português não tem qualquer fundo para este efeito”, responderam-lhe no consulado que a aconselhou a informar-se sobre os valores junto de funerárias portuguesas, uma vez que, em França, os valores seriam bastante mais elevados.

 

“Consegui trazer o meu irmão, mas não foi o meu país … Foram os amigos, família e desconhecidos”, reforça Sónia, que não se cansa de agradecer o “gesto nobre” de todos, incluindo da Câmara Municipal de Mértola, que organizou uma caminhada solidária cujas receitas reverteram na totalidade para a causa ‘Trazer-te para casa’.

O valor do transporte do corpo foi cerca de 2.500 euros (a que se somaram os valores do funeral, tendo sido a fatura total de 4.790 euros). Por via da onda de solidariedade foi angariada grande parte, cerca de 4 mil euros.

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