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Bruxelas: mães portuguesas esperam que vida volte à normalidade

Apesar da ameaça terrorista e da reabertura em nível de alerta laranja na Escola Europeia de Bruxelas II (EEB2), pais de alunos portugueses ouvidos quarta de manhã pela Lusa afirmaram que é preciso acreditar que tudo correrá bem.

“Temos que acreditar que vai correr tudo bem”, disse Edite Miranda, após ter deixado duas filhas na escola onde está a secção portuguesa.

A mesma opinião é partilhada por outra mãe: “Ainda bem que estamos a voltar à normalidade e temos de acreditar nas autoridades e nas suas decisões”, disse à Lusa Carla Ferreira, mãe de três alunos.

Para além do reforço dos seguranças privados na escola, cujo número duplicou com a subida para 4 (o máximo) do estado de alerta de Bruxelas e o da escola de amarelo para laranja, a polícia reforçou a frequência das patrulhas nos arredores da EEB2.

Depois de dois dias sem aulas – tendo as quatro escolas europeias de Bruxelas acompanhado a decisão governamental de fechar todos os estabelecimentos de ensino na segunda e na terça-feira – a vida de pais, professores, alunos e funcionários recomeçou mas ainda longe da normalidade.

A cantina, por exemplo, não serve refeições quentes até segunda-feira e os recreios estão interditos.

“A Matilde (sete anos) perguntou-me porque não estava ninguém nos recreios quando chegámos de manhã, ela sabe que houve atentados em Paris mas não percebe o alcance, optei por dizer que era por causa da chuva e espero que a professora lhes consiga explicar”, adiantou à Lusa Edite Miranda.

Por seu lado, Carla Ferreira diz: “estes dias foram vividos de forma apreensiva e com sentimentos que nunca tínhamos sentido antes, por isso mesmo fiz questão de explicar aos meus filhos o que estava a passar em Bruxelas”.

“Ao mais pequeno, que está na pré-primária, foi explicado de forma simples, colocaram algumas questões, mas mantiveram-se sempre tranquilos e sem grandes preocupações e claro que ficaram satisfeitos por não terem escola durante dois dias. Isso foi inevitável”, acrescentou.

Esta manhã, disse Carla Ferreira, “não encontrámos polícias, apenas um maior controlo na entrada da escola”.

Por seu lado, Sandra Carvalho, professora do 3.º ano da primária na secção portuguesa, sublinhou que “o regresso à escola não é um regresso à normalidade… a normalidade agora é outra”.

“ Enquanto se mantiver o nível de alerta 4, as crianças não podem sair ao recreio, a cantina não funciona e também é cancelado o desporto porque implica deslocações para fora da escola. São grandes alterações no quotidiano das crianças que é impossível esconder ou mascarar”, disse ainda.

Para Sandra Carvalho, “ a situação é difícil mas é preciso permitir que falem sobre os seus medos e explicar que estamos a fazer o que é possível para nos mantermos em segurança. É preciso assumir o medo e enfrentá-lo com muita calma. Foi isso que fizemos ao entrar na sala de aula esta manhã”.

“Mas, surpreendentemente as crianças estão calmas, a brincar como de costume. Compreenderam que é preciso tomar estas medidas e têm esperança que sejam temporárias”, acrescentou também a professora.

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