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Brexit: portugueses no Reino Unido estão inquietos

A comunidade portuguesa no Reino Unido precisa de mais atenção e informação das autoridades lusas sobre o que devem fazer após o voto britânico para sair da União Europeia, defende o deputado social democrata Carlos Gonçalves, em visita a Londres.

Além de ter sido recebido pelo embaixador João de Vallera, o parlamentar eleito pelo círculo da Europa falou com representantes da Associação dos Investigadores e Estudantes Portugueses no Reino Unido, com o conselheiro das Comunidades Portuguesas António Cunha, com dirigentes do Centro de Apoio à Comunidade Lusófona e com elementos do movimento associativo e empresarial.

Nestes contactos, confirmou existir “uma grande incerteza” por parte da comunidade face à falta de informação sobre como serão tratados os cidadãos estrangeiros europeus pelas autoridades britânicas após a saída formal da UE, apelando ao governo português que lhes preste mais “atenção”.

“Compete ao Estado português, através dos seus serviços consulares, dar a informação necessária para que neste período de incerteza as pessoas possam ter um conjunto de respostas ou orientações no sentido de eventualmente tomar as decisões corretas e para esclarecer algumas dúvidas”, afirmou à agência Lusa.

Na sua opinião, os consulados de Portugal, em Londres e Manchester, têm um “papel fundamental na informação à comunidade”, mas mostrou apreensão à capacidade do posto de Londres, que nos últimos anos tem sentido dificuldades no atendimento ao público por insuficiência de funcionários.

“O Consulado não consegue dar resposta no plano do atendimento administrativo e agora tem uma missão mais larga, que é o dever de poder informar a nossa comunidade”, vincou.

O conselheiro António Cunha concordou na necessidade de ajudar com informação.

“A informação é muito útil para as pessoas que estão indecisas e não sabem o que se irá passar. Estão inquietos, não têm estabilidade, pensam que poderá acontecer de um dia para o outro”, disse à Lusa, defendendo o uso da televisão portuguesa para chegar a mais pessoas e tranquilizar a comunidade.

As preocupações de muitos é o receio de perderem o direito de ficar no Reino Unido e de terem de regressar a Portugal com os filhos que já nasceram em território britânico e, portanto, só falam inglês e não português.

“A gente tenta passar a mensagem para ficarem tranquilos [porque] as coisas vão resolver-se no tempo certo”, vincou.

No centro comunitário, a recém-eleita presidente, Raquel Oliveira, também insiste na importância da informação sobre as opções que as pessoas têm para o futuro.

O governo português aconselhou, nos últimos dias, os portugueses residentes no Reino Unido a acautelar a sua situação requisitar o cartão de residência, que pode ser temporário ou permanente, dependendo do número de anos no país.

O centro oferece ajuda para perceber qual o caso mais adequado e os passos a dar, nomeadamente quais os documentos necessários.

“Se querem informação, nós podemos dar. Mas entretanto eu acho que é preciso ter um bocadinho calma porque temos de dar um passo de cada vez e perceber até onde é que isto vai afetar a comunidade portuguesa e toda a comunidade estrangeira no Reino Unido, não são só os portugueses”, sublinhou Raquel Oliveira.

O deputado Carlos Gonçalves prossegue a sua visita hoje à comunidade portuguesa na capital britânica com uma visita ao Consulado-Geral de Portugal em Londres e um encontro com o vereador em Stockwell, no sul da cidade, Guilherme Rosa.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o ‘Brexit’ (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.

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