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Brasil: forte une comunidade portuguesa

 O projeto de recuperação de um forte em ruínas, construído no século XVIII por Portugal no estado brasileiro de Roraima, está a unir os portugueses e lusodescendentes da região.

O forte serviu para proteger a fronteira norte da colónia brasileira e a sua recuperação é agora um símbolo para cerca de 300 famílias de portugueses e lusodescendentes que se organizaram numa associação para manter a herança portuguesa da região.

“Esta comunidade é muito recente, apesar de termos portugueses morando em Roraima há mais de 30 anos. A comunidade só começou em abril com a visita do vice-cônsul Francisco Neto Brandão”, explicou Paulo Inácio, presidente da associação Comunidade Portuguesa Forte São Joaquim.

No processo de organização da associação, “procurámos um símbolo português em Roraima. Descobrimos que tínhamos o Forte São Joaquim do Rio Branco, que é o único património português deixado aqui. Pensámos em fazer um evento e depois pensámos num projeto para reconstruir o forte ou fazer uma réplica”, acrescentou.

O projeto de revitalizar o forte, que hoje está muito deteriorado, mobilizou a comunidade portuguesa e uma rede de parceiros como a Universidade Federal de Roraima, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão ligado ao governo brasileiro, e o Instituto Histórico.

“Descobrimos que o Instituto Histórico tinha um projeto feito por arquitetos de renome aqui em Roraima para fazer uma réplica [do forte]. Se nós não conseguirmos fazer a reconstrução vamos fazer uma réplica que ficará a 500 metros do original. Será um espaço com uma função ode desenvolvimento turístico e cultural”, explicou Paulo Inácio.

No início de setembro, a comunidade portuguesa e os seus parceiros assinaram com o Exército brasileiro uma carta de intenção para reconstruir o forte.

“Agora vamos partir para tentar arranjar o principal, que é o dinheiro. O projeto já foi apresentado ao vice-cônsul [de Portugal na cidade brasileira Belém, Francisco Neto Brandão], que depois irá falar com o embaixador [de Portugal em Brasília] Jorge Cabral para vermos o que se pode fazer a nível de Portugal”, contou Paulo Inácio.

Em paralelo, a associação de portugueses espera também apoios da universidade federal de Roraima e das secretarias de cultura da cidade de Boa Vista e do governo estadual.

O Forte de São Joaquim do Rio Branco começou a ser construído em 1775 e foi uma das praças-fortes do Império português que fixou as fronteiras norte do Brasil.

Pouco antes do início da construção, os portugueses haviam expulsado rivais europeus que tentavam dominar a foz do rio Amazonas e penetrar na região do vale do rio Branco.

O terceiro comandante do forte foi o capitão Inácio Lopes de Magalhães, fundador da Fazenda Boa Vista, que deu origem ao município de Boa Vista, capital de Roraima.

A unidade militar permitiu a ocupação efetiva do vale e de parte do norte do Brasil, constituindo um marco para o povoamento da área.

Com a independência das colónias espanholas da América Latina e do Brasil no século XIX, o forte foi progressivamente abandonado, tornando-se parte da fazenda São Marcos.

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