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Agências de comércio externo de Portugal e Espanha cooperam

A cooperação entre as agências de internacionalização e captação de investimento de Portugal e de Espanha entrou numa nova fase, com a primeira presença conjunta das duas instituições num encontro sobre “sinergias empresariais no mercado ibérico”, em Madrid.

“Foi a primeira ação em que a AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] e [a sua congénere espanhola] ICEX estiveram lado a lado. É uma novidade grande e existe a intenção de replicar e tornar mais frequentes estes contactos. Achamos que os empresários de ambos os países só ficam a ganhar”, disse o presidente da agência portuguesa, Miguel Frasquilho, à agência Lusa.

Para o responsável da AICEP, que falava após o encontro, as agências de Portugal e Espanha podem ajudar a “criar eventuais parcerias para geografias em que os países tenham mais afinidade”: no caso de Portugal com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no caso de Espanha com a América Latina.

“São mercados em que nos podemos posicionar em conjunto. […] Posso dizer que é a minha intenção, e combinei isso com o presidente do ICEX, realizar uma ação que nos junte novamente em Portugal, talvez na primeira metade do próximo ano”, revelou Miguel Frasquilho.

O presidente da AICEP reconheceu que as duas agências já têm um protocolo de cooperação, mas que na prática não passou do papel.

“Ele [protocolo] existe, mas a verdade é que nunca tinha sido verdadeiramente colocado em prática. Temos a intenção de colocá-lo, de facto, em prática e aproximar as duas instituições”, sublinhou.

Ainda antes do encontro Sinergias Empresariais no Mercado Ibérico, organizado pela Câmara de Comércio Hispano-Portuguesa, Miguel Frasquilho participou num pequeno-almoço de trabalho com empresas espanholas do setor aeronáutico – algumas já presentes em Portugal -, no qual a brasileira Embraer fez uma apresentação sobre as vantagens de ter Portugal como uma das suas bases de investimento.

“É importante a AICEP explique o que Portugal fez e está a fazer e de que forma podemos apoiar os investidores, mas é importante também uma voz de quem está no terreno, de quem apostou em Portugal, de quem está satisfeito e, não só não quer sair, como reforçou a sua operação e vai continuar a apostar no nosso país”, disse Miguel Frasquilho.

O responsável da AICEP acrescentou que expôs aos empresários espanhóis outros investimentos que têm vindo para Portugal, não só do setor da aeronáutica, mas também do setor automóvel, da metalomecânica, do vestuário e calçado, ou seja, da moda, do agroalimentar, bem como as intenções de investimento que abarcam estes setores.

“É interessante chegar à mesa após a minha intervenção e ouvir os empresários espanhóis dizerem-me que ficaram convencidos e que vão passar a olhar para Portugal”, sublinhou.

O presidente da agência considera que a dimensão das relações económicas que Portugal e Espanha têm (um quarto das exportações portuguesas são para Espanha), faz com que os dois países estejam “economicamente condenados a entender-se”.

“E devem ter gosto em fazê-lo. Ambos têm a ganhar se houver uma postura positiva. E acho que há: entre as autoridades políticas dos países tem existido, é notório, e agora também há entre as suas agências de investimento e promoção externa”, concluiu.

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