Clamam lavradores erguendo as frontes
bradam aos céus pela queda da chuva,
a terra está crestada, o ar endémico,
caiem suores, mas há pouca água nas fontes.
A seca gera fome a todo o instante,
e a face do lavrador é dura e polémica.
O que será do gado, e deste povo arquejante?
E além-tejo com gente sofrida,
onde a busca de água, faz bruta a lida,
tornando o sol escaldante e sombrio,
os fogos teimem em queimar Portugal.
Atos irresponsáveis, põem fim às árvores,
As árvores ajudam as chuvas pluviais,
Mas por vez não chove, só chovem ais.
Não caindo chuva, a terra não produz,
torna-se estéril e não cresce a grama,
só aumenta a fome a cada ano que passa,
na terra sem água mas com fogos, um povo clama.