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25 de Novembro de 1975: Obrigado Comandos!

Se Novembro é um mês muito especial para todos os verdadeiros Democratas amantes da Liberdade e conhecedores da verdadeira História de Portugal, é duplamente especial para aqueles que têm uma relação com as Forças Armadas Portuguesas e/ou que habitam no epicentro da Democracia Portuguesa – a Amadora.

No dia 25 de Novembro de 1975, no final do período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril, Portugal esteve à beira de uma guerra civil, depois de um período de disputa pelo poder político-militar. As forças democráticas e a igreja lutavam por uma democracia do tipo europeu, enquanto as fações pró-comunistas (PCP, extrema-esquerda e a esquerda militar) procuravam impor ao País um regime autoritário semelhante aos dos países Latino-Americanos.

No “Verão Quente” de 1975 havia em Portugal um clima de tensão latente. Houve ataques às sedes dos partidos políticos, as quais eram saqueadas e queimadas. O medo dos sectores mais à direita e ao centro da sociedade portuguesa prendia-se com as nacionalizações das principais indústrias, bem como da ocupação selvagem de habitações e de latifúndios por parte da esquerda radical, tendo como mote “a terra de quem a trabalha”, a par de um certo clima de anarquia que se vivia, com greves constantes nas quais os trabalhadores exigiam, além de reivindicações económicas e de manifestações quase diárias, o saneamento do patronato.

A nível da sociedade civil havia reações mais ou menos espontâneas provenientes dos mais diversos sectores, mas a reação política com maior significado foi protagonizada pelo Partido Socialista (PS), sob a orientação de Mário Soares. Esta postura teve como consequência a sua expulsão da tribuna de honra nas comemorações oficiais do Dia do Trabalhador. Pouco tempo depois, Mário Soares abandona o Governo, presidido por Vasco Gonçalves (que tinha fortes ligações ao Partido Comunista Português) e promove a famosa manifestação na Fonte Luminosa, na qual tem um discurso acalorado, condenando veementemente as posições assumidas pelo Governo e pelos Comunistas. Era o início da viragem política do regime.

Face a esta situação começaram a organizar-se movimentos e fações. Um grupo de militares, que ficou conhecido pelo “Grupo dos 9” chefiados pelo Major Melo Antunes, e no qual participavam outros nomes da Revolução de abril, como Vítor Alves e Vasco Lourenço, elaborou um comunicado, o “Documento dos 9” no qual afirmava que a situação tinha de mudar. A posição do primeiro-ministro, Coronel Vasco Gonçalves, é posta em causa e este, perdendo o apoio na Assembleia do Movimento das Forças Armadas é obrigado a demitir-se, sendo substituído pelo Almirante Pinheiro de Azevedo. O Partido Socialista e o Partido Popular Democrático (PPD) faziam parte, juntamente com o Partido Comunista, deste Governo. Pinheiro de Azevedo, entretanto, não tinha força militar suficiente para impor as suas ideias, pelo que a agitação social continuou.

O poder militar, pelo menos em Lisboa, estava nas mãos do COPCON (Comando Operacional do Continente), chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho.

A “direita” militar, chefiada por Ramalho Eanes e Jaime Neves (comandante do Regimento dos Comandos na Amadora) preparava uma intervenção militar.

O Conselho da Revolução determinou a substituição de vários comandantes militares e a dissolução da Base de Tancos. A reacção das esquerdas militares pautou-se pela ocupação de bases militares, bem como meios de comunicação social.

O Regimento de Comandos da Amadora atacou o Quartel da Pontinha. Entretanto, o COPCON era sobrevoado por aviões com intuitos intimidatórios, assim como Setúbal e o Barreiro, tidos como bastiões da esquerda.

A extrema esquerda era cada vez mais contestada assim como Otelo. A sua demissão do COPCON era exigida pelos militares mais conservadores. A saída das forças militares dos Comandos da Amadora chefiadas por Jaime Neves no dia 25 de Novembro de 1975 e liderada por Ramalho Eanes levará a cabo o processo com êxito. O carismático líder da Revolução dos Cravos, Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON, que não desejava confrontos, rende-se .

O PCP, que bem conhecia os limites do seu poder, decidiu não intervir. Isolados, os outros partidos da esquerda manifestaram-se, mas por pouco tempo. O presidente da República, General Costa Gomes, embora conotado com o PCP, apoiou politicamente a intervenção militar e assim o fim do PREC teve lugar de forma pacífica.

Da mesma forma que em 1964 no Brasil, as Forças Armadas foram decisivas para pararem os avanços dos tentáculos comunistas e socialistas, também em Portugal houve resistência a esses ímpetos tortuosos.

Atualmente apenas o CDS-PP comemora o 25 de Novembro de 1975, e na Amadora o partido continua a evocar a data na Assembleia Municipal mesmo que o voto de felicitação raramente seja aprovado pela maioria Socialista-Comunista que continuam a não reconhecer a importância da efeméride para a Democracia.

O CDS-PP/Amadora e a própria Juventude Popular da Amadora (que no seu logotipo enverga o Tanque de Guerra que simboliza a força, a determinação e a memória do 25 de Novembro) são as únicas entidades políticas do Concelho que lutam para que não exista um branqueamento da história por parte daqueles que evocam e homenageiam Hugo Chavez numa placa toponímica numa zona comercial. Será a apologia à Ditadura?

O que Abril começou, Novembro afirmou!

Aos Regimento de Comandos da Amadora, a todos aqueles que fizeram parte do ato heroico de defender a paz, a liberdade e o futuro das gerações, e a todos aqueles que lutam pela permanecia da memória desta tão importante data nacional: Muito Obrigado!

 

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